N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Língua: código, pensamento e interação

As principais teorias que, na linguística contemporânea, procuram explicar o fenômeno da língua, podem ser agrupadas em três famílias. Elas se distinguem pela definição que propõem para o objeto: a língua como sistema de códigos, como atividade mental e como atividade social.

A abordagem da língua como sistema de códigos estuda o seu aspecto formal – seus elementos fundamentais (alfabéticos, morfológicos, fonéticos, sintáticos e semânticos) e as relações entre eles. Analisa, sob esse prisma, a maneira como as conexões entre os significantes (os símbolos: o som ou a grafia das palavras) e os significados (aquilo a que os símbolos se referem) criam o sentido, possibilitando a mútua compreensão entre os usuários de determinada língua, através do encadeamento linear das palavras, de acordo com certas regras.

Focalizando a língua como atividade mental, estuda-se a maneira como ela é um instrumento de expressão do pensamento, através de mecanismos mentais inatos, que possibilitam a sua introjeção como realidade interior.

A visão de língua como atividade social a insere nas situações concretas em que é usada, apontando que determinados fatores, ligados ao contexto das interações, são essenciais para a sua compreensão plena. Desse modo, o ambiente em que ocorre o ato de fala, o momento histórico, os conhecimentos prévios compartilhados pelos interlocutores, os preconceitos de cada um, a posição social e as expectativas mútuas devem ser levadas em consideração.

As três escolas, longe de se excluírem mutuamente, proporcionam, em conjunto, cada uma à sua maneira, um conhecimento mais completo do fenômeno da língua.

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