N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Canto ao instante que perfura

O balanço dos seus olhos claros, como um sino plangendo na transparência que me encobre, escorrendo na temporalidade como um marulho inebriante inundando as fissuras do comedimento, assinalando a cada curva uma lancinante afronta à tacanha desolação de todos os respiros, na ilusão luminosa de um preciso instante encravando dedilhos na indefesa tessitura de minha alma a tropeçar em seu laço cristalino e úmido, involuntariamente paralisando num agudo improvável a desintegração irreversível do que já não é, na eternidade que esgarça o tempo perfurando a fábrica do incansável movimento.

Um comentário:

Anônimo disse...

palavras livres de tudo e presas a tanto...
bonito.

beijos!